Paulo Roberto Gomes Fernandes aparece no centro das discussões técnicas sobre conservação e manutenção de dutos durante a OTC 2024, realizada em Houston, um dos principais encontros globais da indústria de petróleo e gás. O evento reuniu empresas e especialistas de diversos países, com forte presença de tecnologias voltadas à automação, integridade estrutural e redução de riscos operacionais, temas que vêm redefinindo a forma como projetos dutoviários são planejados e mantidos ao redor do mundo.
Antes mesmo das apresentações técnicas, o ambiente da feira já indicava uma mudança clara de foco. A OTC deste ano apresentou um volume expressivo de soluções relacionadas à durabilidade dos ativos, monitoramento de materiais e estratégias de manutenção preventiva, refletindo uma preocupação crescente com a vida útil das infraestruturas existentes e com a segurança operacional a longo prazo.
A OTC como termômetro das transformações na engenharia de dutos
Ao percorrer os pavilhões da OTC, foi possível observar que a indústria internacional de dutos está direcionando esforços para tecnologias capazes de antecipar falhas e reduzir intervenções corretivas. Conforme analisa Paulo Roberto Gomes Fernandes, há uma convergência clara entre automação, robotização e uso intensivo de sensores aplicados à engenharia de dutos, especialmente em ambientes offshore e em estruturas críticas como píeres e pipe-racks.
Esse movimento reflete uma mudança de mentalidade no setor. A engenharia deixa de atuar apenas de forma reativa, passando a incorporar sistemas que acompanham o comportamento dos materiais ao longo do tempo. Softwares de análise de fadiga, sensores de vibração e materiais poliméricos de alta performance surgem como respostas diretas à necessidade de ampliar a confiabilidade das instalações e minimizar riscos ambientais e operacionais.
Conservação e integridade como eixos centrais do debate técnico
Outro aspecto que chamou atenção durante a OTC foi o espaço dedicado à integridade estrutural dos dutos existentes. Segundo destaca Paulo Roberto Gomes Fernandes, a manutenção deixou de ser tratada como etapa secundária dos projetos para ocupar posição estratégica nas decisões de investimento. Em mercados com extensas malhas dutoviárias, como o norte-americano, a preservação desses ativos é determinante para a continuidade das operações.
Nesse contexto, cresce o interesse por soluções que atuem diretamente na prevenção da corrosão e na redução do desgaste mecânico. A utilização de materiais isolantes, sistemas que evitam o contato direto do duto com estruturas metálicas e alternativas que minimizam esforços decorrentes de variações térmicas passaram a integrar o debate técnico com mais profundidade, indicando uma tendência de longo prazo.
Automação e redução de riscos operacionais
A automação foi outro tema recorrente na OTC 2024. Paulo Roberto Gomes Fernandes nota que a presença de robótica aplicada à inspeção e ao monitoramento de dutos reforça o objetivo de reduzir a exposição humana a ambientes de risco. Em operações offshore, por exemplo, a substituição de tarefas manuais por sistemas automatizados contribui para maior precisão nos diagnósticos e para a diminuição de acidentes.

Esse avanço tecnológico também está associado a ganhos econômicos. Processos automatizados tendem a reduzir paradas não programadas, otimizar cronogramas de manutenção e prolongar a vida útil das instalações. Assim, conservação, segurança e eficiência passam a caminhar de forma integrada, redefinindo padrões técnicos adotados internacionalmente.
Tendências globais e impactos no mercado de dutos
A OTC também evidenciou que, apesar do debate sobre novas matrizes energéticas, os dutos continuam sendo infraestrutura essencial para o transporte de energia em escala global. De acordo com Paulo Roberto Gomes Fernandes, a discussão atual não se concentra apenas na substituição de fontes, mas na adaptação das infraestruturas existentes para operar com maior segurança, confiabilidade e menor impacto ambiental.
Essa visão reforça a importância de tecnologias voltadas à manutenção e à conservação como elementos estruturantes do futuro do setor. A atenção crescente a acessórios, suportes e sistemas complementares demonstra que a integridade do duto depende de um conjunto de soluções integradas, e não apenas da tubulação em si.
Um novo patamar para a engenharia de dutos
A edição de 2024 da OTC sinaliza que a engenharia de dutos vive um momento de transição. Conforme ressalta Paulo Roberto Gomes Fernandes, o mercado internacional passa a valorizar soluções que combinem conhecimento técnico, inovação em materiais e visão sistêmica sobre segurança e durabilidade. Essa mudança tende a influenciar normas, práticas regulatórias e decisões de investimento nos próximos anos.
Ao reunir especialistas, empresas e desenvolvedores de tecnologia, a OTC reforça seu papel como espaço de antecipação de tendências. As discussões sobre conservação e manutenção de dutos observadas nesta edição indicam que o setor avança para um modelo mais preventivo, tecnológico e alinhado às exigências contemporâneas de segurança operacional e responsabilidade ambiental.
Autor: Rebecca Perry

