Escolher o anzol certo é uma das decisões mais importantes para o sucesso de uma pescaria, visto que, como explica Joel Alves, ele é o elo entre o pescador e o peixe, o ponto que define se a fisgada será precisa ou se o troféu escapará. Entender os tipos de anzóis e suas aplicações é essencial para quem quer pescar com técnica, ética e eficiência.
Venha neste artigo ter dicas e orientações para escolher o tipo certo de anzol, principalmente para a prática do pesque e solte.
A importância do anzol na pescaria
O anzol é um equipamento simples, mas carrega uma função complexa. Ele deve ser forte o suficiente para suportar o peso do peixe, afiado para garantir uma boa penetração e compatível com o tipo de isca e modalidade praticada. Usar o modelo errado pode resultar em fisgadas falhas, machucar o peixe de forma desnecessária ou até comprometer a segurança do pescador.
Como informa Joel Alves, o segredo está no equilíbrio entre resistência, formato e proporção. Cada espécie tem um comportamento diferente na hora da mordida, e o anzol precisa acompanhar isso.
Tipos de anzóis e suas principais características
Existem dezenas de modelos de anzóis, mas alguns são mais comuns e versáteis. Os principais são:
- Maruseigo: fino, leve e muito usado para peixes de boca pequena, como tilápia e piaçu. Seu formato alongado facilita a penetração e evita que o peixe perceba o peso da isca;
- Chinu: ideal para peixes mais fortes e brigadores, como pacu e tambaqui. Possui ponta curvada e alta resistência;
- Offset (ou Texas): usado em iscas artificiais soft. Seu design permite esconder a ponta da isca, evitando enroscos em vegetações ou galhadas;
- Circle Hook (anzol circular): amplamente utilizado no pesque e solte, pois fisga o peixe no canto da boca, reduzindo ferimentos. Perfeito para tucunarés, robalos e dourados;
- Jig Head: combina anzol e peso em uma única peça, sendo essencial para iscas de silicone e pescarias de profundidade.
Cada modelo atende a uma necessidade específica, e conhecer essas diferenças é o que transforma um pescador comum em um verdadeiro especialista.

Escolhendo o tamanho e a espessura ideais
O tamanho do anzol deve ser compatível com o tamanho da isca e da espécie desejada. Um erro comum é usar anzóis grandes demais para peixes pequenos, o que reduz o número de fisgadas. A espessura do arame também importa: anzóis finos perfuram com mais facilidade, mas não suportam grandes esforços, já os mais grossos resistem melhor, porém exigem fisgadas mais firmes.
Joel Alves recomenda sempre testar o equilíbrio entre leveza e resistência. Para pesqueiros e águas calmas, prefira modelos finos e discretos. Para rios com correnteza ou espécies maiores, aposte em anzóis reforçados e de alta tração.
Afiação, manutenção e conservação dos anzóis
Um anzol afiado é sinônimo de eficiência. Antes de cada pescaria, verifique a ponta do anzol: ela deve penetrar facilmente em uma superfície como a unha do polegar. Se escorregar, é hora de afiar ou substituir. A oxidação também é um inimigo comum. Após cada uso, lave o equipamento com água doce e seque bem antes de guardar.
Anzóis enferrujados perdem resistência e comprometem o desempenho. Manter os anzóis organizados por tipo e tamanho facilita o acesso e evita acidentes. E como sugere Joel Alves um pequeno estojo dividido faz toda a diferença na beira d’água, portanto é sempre importante ter cuidado com o equipamento e procurar o de qualidade!
Cuidados éticos e boas práticas
Mais do que técnica, a escolha do anzol envolve consciência ambiental. O uso de anzóis sem farpa vem ganhando espaço na pesca esportiva por causar menos dano aos peixes e facilitar a soltura. Outra dica é evitar materiais de baixa qualidade, que podem quebrar e deixar fragmentos no peixe ou na água.
O descarte também precisa ser feito corretamente, nunca jogue anzóis velhos no ambiente. Guarde-os em recipientes de metal ou plástico e descarte em locais adequados, pois como frisa Joel Alves, a ética começa nos detalhes. Escolher o anzol certo e usá-lo com responsabilidade é uma demonstração de respeito pela vida aquática e pelos princípios da pesca consciente.
Combinações práticas: espécies e anzóis recomendados
Para facilitar a escolha, aqui vão algumas combinações clássicas:
- Tilápia e lambari: anzóis maruseigo 12–16 ou chinu fino; iscas leves e naturais.
- Tucunaré: anzol offset com iscas soft ou jig head 3/0 a 5/0, conforme o tamanho do peixe.
- Dourado: anzóis reforçados 4/0 a 6/0 com encastoado; uso de iscas artificiais ou naturais vivas.
- Robalo: circle hook 2/0 a 4/0 ou jig head; trabalha bem em fundos e estruturas.
- Pacu e tambaqui: chinu 5/0 a 7/0 com iscas de frutas ou massas.
Essas recomendações são pontos de partida. O pescador deve sempre observar o comportamento do peixe, o tipo de água e as condições do dia para ajustar o conjunto. O anzol ideal é aquele que equilibra técnica, respeito e eficiência. Saber escolher o modelo certo é tão importante quanto dominar o arremesso ou a escolha da isca.
A pescaria é uma atividade de sensibilidade e precisão, e o anzol é a ferramenta que transforma esse equilíbrio em resultado. Como resume Joel Alves, cada detalhe do equipamento revela a personalidade do pescador: cuidado, conhecimento e ética. Escolher bem é pescar melhor, e preservar sempre.
Autor: Rebecca Perry

