A acareação entre Mauro Cid e Braga Netto no STF trouxe novos elementos para um dos processos mais delicados da história política recente do Brasil. Realizada nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal, a audiência colocou frente a frente dois personagens centrais do núcleo acusado de articular um golpe de Estado após as eleições de 2022. Mauro Cid, que firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, e o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, foram interrogados por quase duas horas sob o comando do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação.
A audiência entre Mauro Cid e Braga Netto no STF teve como principal objetivo esclarecer pontos de contradição em depoimentos prestados por ambos em momentos anteriores. Enquanto Mauro Cid admitiu envolvimento em reuniões e planos golpistas, Braga Netto sempre negou qualquer articulação nesse sentido. A divergência entre as falas foi considerada grave o suficiente para justificar a acareação, procedimento previsto em lei quando versões de depoentes se chocam diretamente. O clima durante o encontro foi tenso e os detalhes foram registrados por escrito, já que a sessão não teve transmissão pública.
A realização da acareação entre Mauro Cid e Braga Netto no STF foi um pedido das próprias defesas. Os advogados de Braga Netto insistem em demonstrar que seu cliente foi envolvido injustamente em declarações contraditórias feitas por Mauro Cid, enquanto os representantes de Anderson Torres, também réu no processo, solicitaram confrontos semelhantes para esclarecer divergências com o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. Essas movimentações mostram o quanto o caso ainda está cercado de incertezas e disputas entre as versões apresentadas.
Outro ponto que chamou a atenção foi a logística necessária para que a acareação entre Mauro Cid e Braga Netto no STF fosse realizada. Preso em uma unidade militar no Rio de Janeiro, Braga Netto teve de viajar até Brasília usando tornozeleira eletrônica, acompanhado por escolta. Durante todo o trajeto de ida e volta, ele está impedido de manter contato com qualquer pessoa que não seja seu advogado. A medida reforça o grau de cautela adotado pela Justiça diante da gravidade das acusações que recaem sobre os envolvidos.
A acareação entre Mauro Cid e Braga Netto no STF faz parte da fase final de diligências do processo, que já teve a etapa de interrogatório dos réus concluída no início de junho. Para a Procuradoria-Geral da República, os dois fazem parte do chamado núcleo crucial da suposta organização criminosa, acusada de tentar impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva por meio de ações militares e desinformação em larga escala. A coleta de elementos como essa audiência pode ser decisiva para o julgamento definitivo do caso.
Além da acareação entre Mauro Cid e Braga Netto no STF, outra audiência relevante foi iniciada em seguida com o ex-ministro Anderson Torres e o general Freire Gomes. Neste caso, o objetivo também é esclarecer pontos obscuros sobre a eventual adesão ou resistência das Forças Armadas ao plano golpista. A condução simultânea dessas audiências demonstra o esforço do Supremo em resolver o quanto antes esse processo de alta repercussão, que envolve autoridades civis e militares de alto escalão.
A repercussão da acareação entre Mauro Cid e Braga Netto no STF tem sido intensa nos bastidores da política nacional. Enquanto setores mais alinhados ao bolsonarismo minimizam o procedimento, parte da opinião pública e lideranças democráticas enxergam na ação do Supremo uma tentativa legítima de preservar o Estado de Direito. A transparência e a firmeza do ministro Alexandre de Moraes têm sido exaltadas por seus apoiadores, ao passo que são criticadas por adversários, o que revela o caráter polarizador do julgamento.
O desfecho da acareação entre Mauro Cid e Braga Netto no STF ainda pode render desdobramentos importantes. Caso as contradições não sejam sanadas, o material pode ser usado como indício de obstrução de Justiça ou falso testemunho, agravando ainda mais a situação dos réus. Além disso, o resultado dessas audiências será determinante para o rumo de outros processos relacionados ao suposto plano de ruptura institucional. A Justiça brasileira parece determinada a ir até o fim na investigação dos ataques à democracia.
Autor: Rebecca Perry